Alguns leitores, especialmente os que vivem em Portugal, têm me perguntado sobre o famoso ritual que assistimos no último dia do ano em quase todas as praias brasileiras. Este ritual (ou costume) trata-se uma homenagem a Yemanjá (ou Iemanjá), a rainha do mar e atrai milhares de turistas, muitos levados às diversas praias da vasta costa litorânea brasileira com o objectivo de assistir de perto todo o desenrolar da celebração.

Na religião afro, a Umbanda, levada para o Brasil pelos escravos, reina a espiritualidade e o culto aos orixás. Iemanjá ou Yemanjá, Deusa das Águas e Rainha do Mar, é o orixá feminino mais popular do Brasil, e um dos mais reverenciados, tida como mãe de vários orixás.

Em diversas cidades litorâneas do Brasil são realizadas festas em homenagem a bela Iemanjá, que tem sua imagem sintetizada numa bela mulher branca, de cabelos longos e negros, vestida de azul, de braços abertos e contas de pérola que caem de suas mãos. É considerada a dona dos mares, dos oceanos, e exerce domínio sobre todas as águas. Seu nome deriva da expressão YéYé Omó Ejá, que significa, mãe cujo filhos são peixes; por isso muitos a chamam também de Yemonjá.

Iemanjá - Foto de FrancoBras © - Imagem Wikipédia
Iemanjá – Foto de FrancoBras © – Imagem Wikipédia

Nos cultos em homenagem à Iemanjá, a imagem da orixá acabou se aproximando das homenagens dedicadas a Nossa Senhora, mãe de Jesus, pela correlação sobre Iemanjá ser a grande mãe de todos e ter a maternidade como símbolo máximo dentro da história afro. Na religião católica, Iemanjá é identificada com Nossa Senhora da Conceição.

Festejada por umbandistas e cristãos, Iemanjá é sinônimo de paz, fraternidade, união familiar, tolerância, esperança e amor. Há muitas versões sobre a sua história, uma delas é a que se segue:

Iemanjá, casou-se pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, em segundas núpcias com Olofin, rei de Ifé, com quem teve dez filhos; a uma dada altura, cansada de tudo decidiu fugir. Seu marido, manda um exército a sua procura, e ao encontra-la lança ao chão um pote contendo um preparado que se transformaria num grande rio. As águas violentas deste grande rio que se formou repentinamente tragaram Iemanjá, tendo esta vindo a morrer.

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Outra lenda conta-nos a história de uma bela índia que se destacava em sua tribo pela beleza física e por sua inteligência, seus irmãos enraivecidos decidem mata-la. Iara ao ser atacada pelos seus irmãos em sua tenda, durante uma madrugada, consegue libertar-se e acaba por matar seus irmãos em defesa própria. Iara foge, mas seu pai, o grande pajé da tribo, a encontra e ordena que a atirem num rio. Iara é atirada ao rio vindo a morrer. Os peixes trazem então o corpo da bela índia a superfície, que se transforma numa linda sereia de longos cabelos negros.

Nos rituais de oferenda a Iemanjá, não podem faltar muitas rosas brancas, espelhinhos, alfazemas e champagne. Especialmente na noite de ano novo, 31 de dezembro, em todas as praias brasileiras é possível ver devotos lançarem ao mar pequenos barcos de madeira com flores brancas, rosas, perfumes, fitas coloridas, champagne, colares de pérola e velas brancas. Esta é uma forma de homenagear Iemanjá e também pedir um bom ano e também pedir o recebimento de uma graça especial. Qualquer pessoa pode fazer a oferenda, seja de uma rosa branca ou um barquinho com flores e perfumes, o importante acima de tudo é o respeito pela diversidade cultural que existe entre os povos.

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